sábado, 15 de julho de 2006

A conta, por favor

Para todos aqueles que fazem da vida sempre uma nova forma de errar. Para os tolos que sabem que são tolos, talvez por isso sendo menos tolos. Vulgares marés que quebram no peito de meus amigos nada sãos. Confesso que expresso meu pranto em palavras e exponho como oferenda, a cada um daqueles seres santos dos cantos. Dos cantos das festas, dos cantos dos ônibus, dos cantos das últimas cadeiras das salas. Vivo atrás dos óculos dos mais tímidos, do soco dos mais revoltados, da sujeira na calça de flanela dos mais nerds delinqüentes. Sou um pouco do suor dos atletas e da azia dos senhores reis de todas as esquinas e botequins. Para qualquer um que já magoou uma mulher, me abrace. Para qualquer um que já foi motivo de riso, me abrace. Para toda menina que já acordou chorando sem motivo, me abrace. Me abrace porque sou fruto dessa indisposição que faz nascer o sol. Me abrace porque entendo suas vontades loucas de saltar dum penhasco sem asas e pousar no chão. Me abrace porque também me engasgo a cada nova forma de censura que tentam me empurrar. Confesso que expresso com arte toda parafernália que me fazem engolir. Para todos aqueles que realmente querem explodir algo sem sangue. Para todos aqueles que simplesmente querem ir.

2 comentários:

Anônimo disse...

porra, eu nunca tinha pensado em saltar de um penhasco e cair em pé. gostei muito. :D

Grupo disse...

Isso aqui cheira criatividade, sim, isso aqui é criatividade exposta, traduzida, mostrada, comprimida, aprimorada, intensa, viva e fulgás. Me cadastrei simplismente para postar!!!

Parabéns, esse foi o melhor texto.

Moizés Mendes

msn-me: mzeisk@hotmail.com