terça-feira, 19 de agosto de 2008

alarm clock display

Com o tempo, acostumei com aquele sol na cara. Era estranho encrencar com um feixe de luz quente cheio de vitaminas. Acho que ele sempre quis meu bem. Tenho que encarar o fato dele ter poupado minha vida útil profissional enquanto me acordava cedo. Depois veio a cortina e com ela a luxúria. Sexo e sono. Até aquela briga por causa do tempo que eu perdia gastando nosso tempo com os outros. E lá se foi a cortina. E lá se foi o tesão. Agora eu continuo acordando com aquele mesmo sol na cara. Mas ontem a Cris me despertou com um boquete. Adoro quando ela faz isso.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

0001:17:83

Hoje é dia de parabenizar os vitoriosos. Dia de celebrar a presença dos fracos em seus papéis coadjuvantes, com dentes podres e dívidas irreversiveis feitas nos mesmos bares sujos onde suas historias de brigas sem nexo se acumulam. Momento preto em que se pretende ou é apenas possível sentir toda culpa afobada em terceiras retóricas fraquejantes. Anéis de cabelo loiros ofuscando em um brilho ariano toda espalhafatosa sombra que as bandeiras abertas ao alto, sintonizam em respostas de orgulho, com suas noticias de primeira página. Apertos de mão sinalizando belos negócios fechados enquanto o pus esbanjando a barreira do óbvio, sai de cada braço marcado pelos picos doces feitos em esquinas escocesas sem obviedade geográfica aparente. O som que sai das radios é pop e faz a cama para os cereais matinais e toda margarina e toda pipoca quentinha que exala o cheiro do bem estar moral. São blusas passadas e confortavelmente acomodadas em armários cheios de outras blusas confortavelmente iguais. Estado semiconsciente de perfeição em eterno contraste ao chão sujo que uma criança branca não brinca. São baixos gravíssimos de um torpor absolutamente aceitável até que o cult permita e o social aflija. Dessas mentiras colhemos mais adjetivos sonoros e continuamos aprumando nossa capacidade de aceitar o ridículo. Trancamos qualquer possibilidade dos assuntos discutíveis. Eles já nascem com respostas roucas embrulhadas no que nossos olhos insistem em ver. Você tem visto? Você tem sentido algo? Você tem estado vivo ultimamente? Salve seus melhores dias em algo mais seguro que um HD e vá para a rua ver a vista. Reviste em sua insistência quase extinta, as adequações e verdadeiros significados que procura. Tenha medo do que entendes se não consegues enxergar as mais patéticas obviedades. Um abraço a você que venceu. Eu continuo perdendo meu tempo com isso aqui.