quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sol

Seu abraço fácil me dá coragem pra assumir riscos que nunca quis experimentar. Meus momentos de crise ao seu lado viram fetiche e voltam-se pra mim em forma de palavras lindas, que brigam pra descansar junto aos meus papéis. Seu sorriso largo se encaixa nos meus sonhos de criança, que amadurecem toda vez que a gente renega esse amor doente. Sentimento que talvez vá ficando de pé por nunca querer ficar bom. A gente se cura quando admite que não se basta, mas a gente se procura. Não penso em como não seria, pois o vazio me permitiria mergulhar mais fundo sem você. Descanso dentro dessa nossa desgraça e me encanto com meu jeito forte de ser tão fraco, quanto estou perto de te ver. Seus olhos me conjugam com uma força imensa. Parece que já nascem como um Sol cheio de amigos em volta. Como dias de um hipnótico verão sem fim, eles continuam se pondo em meio à lama de uma noite de festa mal vivida. Queria ter menos controle sobre tudo isso. Porque a verdade é clara quando me sacode mostrando que tenho todo o controle do mundo. Isso me assusta. Todo esse papel passional é uma forma de demonstrar o que sinto. Um meio cordial de continuar servindo de chão, mas com uma força que pode derrubar todos os sonhos que nós dois já tivemos na vida. Comigo é pra sempre, seja lá o que isso significar. Não tenho o menor problema com cobranças porque nunca acreditei em quem as faz. Gosto desse tipo de provocação porque minha paixão é breve. Minhas paixões são breves. Só amei você na vida. E até que o dia de hoje termine, essa será minha mentira mais sensata. Minha incoerência é querer você assim.

Nenhum comentário: