segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Ouro no teto
Não vá se perder por aí entre suas poesias de merda cheias de açúcar.
Entre seus lamentos adolescentes cheios de teorias distorcidas pela sua
mimadice. Não vá entrar num cinema atirando, mesmo que seja apenas sua
risada cheia de cuspe e pipoca a preço de ouro. Não tenha dó de si mesmo. E
tenha pena, muita pena de quem ainda lhe dá atenção. Corte esse cabelo que nem
homem, faça essa barba e arrume um emprego. Pare de desperdiçar lágrimas com
piranhas egoístas. Pare de ficar desesperada por um vestido cujo preço daria
pra alimentar refugiados em algum canto do mundo por um século. Tente não sentir tanta vergonha de si
mesmo. Corra. Beba uma cerveja decente. Desvie seus caminhos de toda violência
gratuita que essa sua personalidade pasteurizada merece tombar. Não vá
espalhar por aí toda essa sua comiseração, essa auto-piedade e essa falta do que
fazer. Sua bunda vai ficar a salvo se você pelo menos aprender a não se tornar uma presa tão fácil em frente a tevê. Relaxe. Se esse monte de
merda que você diz ser sua meta de vida apenas envolve grana, de repente
tá na hora de dar um passo pra trás. Num abismo. E cair em si. E desviar dos
outros. Não vá se perder por aí cagando regras. Não contamine o caminho e saia
da frente. Sai porquê eu tô passando.
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