sábado, 12 de agosto de 2006

Um lixo

Outro dia acordei na escada. Tinha mijado a porra do corredor todo. Shot de tequila barata dá nisso. Dá merda. Qualquer dia vão me expulsar do prédio. Não consegui abrir a porra da porta. A tal porta de madeira deve pesar uns cem quilos. Fechadura complicada demais pra uma vida complicada de merda. Fechadura de merda. Só lembro disso. Depois acordei na cama. Minha mãe deve ter acordado pro jogging e me levado até lá. É uma santa. Graças a Deus. Deve ser o tal karma, anjo ou sei lá que porra, que protege os bêbados. Fiquei o dia inteiro fudido. Quase saí do escritório pra dormir na escada da merda do edifício em que trabalho. Só não fui por medo de apagar e acabar ficando lá até o segurança da noite me achar. Ficava olhando pra tela do computador e por várias vezes tive que segurar o rosto com as mãos pra poder não desabar. A estagiária que senta ao meu lado deve achar que eu sou um louco ou pervertido, sei lá. Só olho pra ela e dou sorrisos, olho pra ela e dou sorrisos. Quando não se tem nada pra dizer a gente sorri, ora. Merda. Gastei uma nota no táxi pra chegar não tão atrasado. Até agora não entendi esse meu pudor em querer evitar o atraso. Tinha um galo no bolso que acabei achando pela manhã. Dormi de calça jeans mais uma vez. Minha mãe realmente deve achar que sou maluco. Aliás ela tá puta da vida desde que acabei com minha rala poupança comprando o equipamento de vôo livre. Isso que ela nem sabe quanto paguei pelo curso. “Você tem trinta e dois anos, você tem trinta e dois anos”. Mas porra, aquilo não é como jogar um bolo de dinheiro em cima de uma mesa e dizer pro puto que vai te ensinar “quero voar”. É um lance muito maior. É espiritual. Foda-se, ela nunca vai entender mesmo. É como querer explicar o youtube pros coroas. Aliás outro dia puxei assunto com a tal vadia européia no MSN. A puta não me dá mais bola. Fiquei meio na merda por ela, admito. Mas antes ela achava meu Fusca verde style, minha prancha cheia de mossas linda, minha barriga charmosa. Ah, foda-se. Se bobear pra chupar minha pica de novo olhando-me de seu ray-ban gigante, com um copo de Mojito nas mãos, vai mandar eu fazer a barba. Essas putas sabem ser superficiais quando querem. Quem mandou ser linda também. Putz, isso devia ser proibido cara. Sinceramente. Tipo edição de Nitzsche vendida a 4,99 em jornaleiro. Um lixo.

2 comentários:

THORPO disse...

É realmente a pior versão do Zaratustra de Nietzsche da história do mundo ocidental... e impressa em papel jornal!

Anônimo disse...

cara, muito bom essa porra como diz a música do ludovic esse é o maior fiasco que se tem notícia...
abraço... visite meu blog e comente tbm