segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Ensaio sobre o pertencimento

De repente percebo que não pertenço ao lugar que nasci. Posso ser mais parecido com um brother que viva no Sumatra ou Islândia do que com meu próprio vizinho ou o crowd que divido a faixa de areia na praia que costumo freqüentar.
Era do lifestyle? Informações circulam de modo frenético, pesco-as da maneira que acho mais conveniente. Sou parte das fragmentações unidas por estilo de vida. Complicado massificar, arriscado rotular. Arriscadíssimo. Mais fácil é destribalizar. O espírito de minhas ações reflete minha maneira de ser. Fato. Atitude deixa de ser uma palavra de impacto para se tornar uma careta e imprescindível essência do bom senso. Fato. E melhor assim.
Não sou o que fumei, o que bebi, o que cheirei, o que senti ou o que vivi. Não sou minhas tatuagens, nem minhas cicatrizes. Sou um pouco de tudo isso de maneiras diferentes. Sou o resultado de um emaranhado de sensações e ações deflagradas pela combustão do se-estar-amarradão. Sou genuíno e causo medo. Deixo as máximas que escolhi trilhar serem meus no-mínimos. Carrego apenas o que posso levar nas mãos. Mas quase sempre faltam mãos ou me faltam dedos.
Não me convém sustentar fardos pesados sem sentido, apenas enfrentá-los sempre que houver a iminência do bom combate. Fato. Simbolizo uma nova era da assimilação com predomínio da ação. Poesia que me afasta da letargia. Divido meu tempo sem marcar fronteiras muito rígidas. Perco espaço, ganho projeções.

Rabisco feito 2 dias antes da virada de 2004/5 ®

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