É um trem lotado, uma fila imensa, um prazo estourado, uma
crise de consciência. É um copo derramado, uma conta roubada, uma amizade
desfeita, um coração estilhaçado. É um pouco a mais de sal, um pouco menos de
tempo, uma saudade que não bateu, um emaranhado de frases começando com
eu. É o breve que deveria durar, é a cor que não deveria sangrar, é o sorriso
que não deveria transbordar, é o acaso que nunca aconteceu. É
aquela carta que você nunca enviou, aquele sonho que você nunca sonhou, aquela
porta que você nunca bateu, aquele e-mail que você nunca leu. É quando deveria
não sei. Se quando deveria ser. Nós quando deveria eu. E tudo o mais que deixa
o estômago assim embrulhado feito nuvem cheia de chuva. Feito católico querendo virar ateu.
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