terça-feira, 5 de julho de 2011

Já foi

E o que de belo difere o tempo
tudo que escrevi sem anotar
que ficou pro vento
sem baú, sem história
sem documento de memória.
E se fosse isso a arte
se justamente o que não veio
o que não late.
Todos os papéis amassados
sem alarde,
sem prêmio.
Seus fogos de artifício
são os bares, os sorrisos,
os amores e todas as testemunhas,
as criaturas que podem,
que fodem,
que sabem que isso jamais seria escrito.
Porque dito.
Porque vivido.
Não morre,
nem ficará velho nunca,
pois não tem autor.
Têm nós dois,
têm você,
e já foi.

Um comentário:

Anônimo disse...

as maior poesia é aquela que se faz com a vida...