segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Réu de réis

E se o que era apreço vira moeda, já temos um preço. Não vendo minha alma por você, nem por ninguém. Daria ela a ti, daria ela e muito mais. Enquanto nossos riscos não dependiam da cotação do dólar, ficava mais fácil dividir meu coração em dois. Agora vamos multiplicando nossos erros, sem olhar direito para o problema que virou ficar assim sem pensar em algo além de nós. Prefiro rasgar meus bolsos e jogar fora minha roupa. Prefiro virar pedinte de rua, sem patrão, sem esfinge. Prefiro não ter família, nem nome, nem religião. Talvez só um cachorro bem bobo, que do meu lado, inseparável, possa dizer-me latindo o quanto tempo já perdi tentando fazer você entender o valor do dinheiro. Pra mim, já não custa nada deixar pra lá. Deixo o troco na mesa e jogo uma moeda pra cima. Minha sorte é de graça e nela vejo que sempre um lado vai existir. Então já posso ir.

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