segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

E pronto

Ontem acordei bebendo uma garrafa e escrevi uma bossa. Ontem fiz questão de esquecer todo esse mal que enche o saco daquelas minhas idéias mais divertidas. Entre amigos fico tranqüilo, mais fácil espantar essas nuvenzinhas pretas que molham a cabeça de quem insiste em enfrentar toda chuva que desaba por algum dos motivos que trazem você até aqui. Ontem deixei de lado alguns compromissos pra ficar literalmente de bobeira. Botei o pé na areia e escutei uns graves em plena praia. Observando pessoas reconheci que como todo mundo, julgo errado pra caramba. Entrei num ônibus desses que promovem noitadas e dancei com um tamborim na mão. Resolvi que não tenho a menor intenção de ter compromisso com o que os outros pensam sobre meu jeito de escrever. Não, não é hora de pensar num livro. Tenho romances demais pra trilhar a cada dia que boto o pé pra fora de casa. Ontem conheci pessoas num supermercado. Eu comprando cerveja e elas querendo prosecco. Percebi que essa neurose sobre a violência é muito mais fruto da paranóia coletiva. Óbvio. Dá pra fazer amigos ou amigas nos lugares mais inesperados. Mas talvez eu já tenha amigos demais. Resolvi que hoje pode ser melhor quando deixamos de lado o peso de carregar decisões que não nos cabem. Tem coisa que não foi feita pra a gente decidir e pronto. Ontem poderia ser mais um dia com você. Ao invés disso, fiquei mais um dia sem te ter.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Murphy

Ainda te olho e não consigo ficar indiferente a todo estilo que insiste em compilar e desfilar como ninguém. É estranho, mas já não sofro por você. O engraçado é que nunca sofri de verdade, foi mais um sentimento meio forte que ficou de birra com meu peito. Se eu nunca te tive, não é muito normal achar que te perdi. Inclusive já consigo ficar na boa sem muitos olhares de rabo de olho nestas festas ou noitadas que a gente insiste em se esbarrar. Até porque antes eram tantos olhares que geralmente a ressaca da manhã seguinte dava as mãos a uma puta dor de pescoço na minha cama. Sobre outras partes de meu corpo, só posso dizer que a barriga cresceu de forma humilhante. Acho que pra aturar esse monte de futilidade que anda rodeando minha órbita é preciso beber mais. Juro que ainda lembro daquele tempo em que alternava meus copos coloridos com doses de água. Cê sabe né, bebida incha. Eu até tento articular que homem que é homem não pode pensar em passar dos trinta sem barriga sob o risco de se descobrir boilola. Mas a verdade é que o papo dos boilolas nem tem me irritado tanto ultimamente e posso confessar que gostaria de ter o corpo que eles têm. Pelo menos comeria mais mulheres assim.
Ah...quer saber uma novidade? Outro dia cheguei à conclusão que você nem é tão bonita, apesar de te achar tão linda. Mas não é lá nenhuma tese que vá mudar o nosso mundo. Porra, se qualquer pessoa pensar um pouquinho verá que existe tanta, mas tanta coisa que pode deixar alguém fechadinho em nosso número, que beleza passa a não sustentar quase argumento nenhum. Tudo bem que o meu pau não entende isso muito bem e anda fazendo o trabalho dele de forma absurdamente bem disposta com as belas. Nova ironia: justo agora que meu desempenho sexual está numa fase digna de presentear uma pessoa que eu ame, não encontro ninguém com capacidade de me deixar mal ou fazer-me entrar numa leve deprê ao menor sinal de certa falta de interesse. Olha, até já o achei engraçado, mas a verdade é que pra mim hoje Murphy não passa de um filha da puta.